A cidade não tem idade madura. O tempo das cidades é diferente do tempo dos homens
Vinicius Ribeiro Blog 1219 views 6 min. de leituraA cidade não tem idade madura. O tempo das cidades é diferente do tempo dos homens. Nas pessoas, o tempo se manifesta visivelmente na forma física, nas cidades ele é visto na forma e no estilo das edificações que nela ainda existem. Preservar o velho para reconhecer o novo é fundamental em uma cidade que precisa se modernizar. Esse desafio não é somente para o setor privado, mas também para o público, independente do regime capitalista ou comunista que ela está inserida.
O velho e o novo juntos nas pessoas é muito difícil de ver. Na estrutura origina do corpo humano é impossível de ver. Somente poderemos ver se algum objeto ou coisa foi inserida, usada ou vestida. Nas pessoas, o velho e o novo podem conviver juntos somente em dois corpos diferentes como um neto e o seu avô, um ao lado do outro.
Por outro lado, o velho e o novo juntos é possível de ver nas edificações. Na oportunidade de conhecer a cidade de Miami e de Havana nos Estados Unidos e em Cuba, regime oficial capitalista e comunista respectivamente, vi nas duas uma boa e grata convergência: a mesma estratégia de preservar as edificações antigas (velhas) reutilizando-as com intervenções modernas, clássicas e atuais. Não há regime político e econômico que separe uma das melhores estratégias de manter viva a história pela arquitetura a não ser essa.
O apoio do setor privado e o reconhecimento do setor público são dois desafios. Criar a verdadeira convergência em prol da cidade, preservando as edificações históricas e fazendo a revitalização delas, exige humildade, esforço, espirito público e visão de futuro. O fato é que estas características estão presentes na comunista Havana e na capitalista Miami. Neste caso, a arquitetura como forma de cultura uniu diferentes pensamentos e ideologias.
Figura 1- Exemplo de Havana. Intervenção realizada. Crédito: Vinicius Ribeiro
O velho e o novo juntos podem ser substituídos pelo preservado e moderno.
Figura 2 - Exemplo de Miami. Intervenção em fase de realização. Crédito: Vinicius Ribeiro
Na conjunção destas palavras, as edificações recomeçam a sua história retratando mais do que uma época, uma convergência de diferentes materiais e tecnologias implementadas no mesmo local e um retorno para a cidade inquestionável sob o ponto de vista cultural, humano, social e turístico.