O futuro do automóvel ou a reinvenção dele passou a ser um desafio atual e uma necessidade de sobrevivência...
Vinicius Ribeiro Blog 1190 views 3 min. de leituraO futuro do automóvel ou a reinvenção dele passou a ser um desafio atual e uma necessidade de sobrevivência do ser humano. Diversos diagnósticos comprovam que cada vez mais o que tu consome deve ser reaproveitado, o descartável, reutilizado e o gerado, sustentável. O contexto deste modo de transporte está inserido no tema da mobilidade urbana e suas interfaces com o meio ambiente.
O automóvel passou a ser um problema no meio urbano mundial. Ocupa muito espaço para pouco deslocamento físico, é poluidor (combustão fóssil tradicional), deixou de ser prioridade nos investimentos em mobilidade, não está no perfil do consumidor da nova geração, é o modo de transporte com maiores vítimas fatais e, com o novo retrato populacional etário, não estaria presente no crescimento da população idosa.
O DNA da mobilidade mudou muito nos últimos dois séculos. O principal modo de transporte era realizado por tração animal. Na metade do século retrasado, ou seja, em 1850, Londres possuía 1 milhão de habitantes, 450 mil veículos, 1,3 milhões de cavalos na qual eliminavam 4 toneladas de excremento por dia. Resolvendo pela consequência e não pela causa, a administração londrina colocou fraldas nos cavalos ao invés de resolver o problema da tração animal. Anos depois, após inúmeras tentativas, Londres acorda para a solução do problema e dá exemplos de políticas públicas de restrição ao uso do automóvel e na política de integração pensando os deslocamentos door to door.
Atualmente, enquanto não reinventamos o automóvel, a prefeitura londrina estuda em triplicar – o equivalente a R$ 90 por dia - o preço para que o automóvel de grande porte possa circular no centro da cidade.
A forma como os automóveis se deslocam ou como eles consomem energia passa a ser o principal motivador da discussão do automóvel do futuro. Depois da crise do petróleo em 1973, houve inúmeros avanços na tecnologia e na eficiência do uso de combustível. No entanto, com o acréscimo da frota, perdeu-se todo o progresso efetivo. Estudos provam que o carro de hoje é duas vezes mais econômico que há 25 anos.
A perspectiva da frota mundial deve chegar a 1 bilhão de automóveis até 2020. Por outro lado, a fumaça sempre foi um inconveniente aceitável.
A poluição passou a estar no vocabulário mundial há pouco tempo e o zumbido dos motores atuais, e futuramente totalmente silenciosos, substituirão o ronco dos motores.
A combustão ecológica é um enorme desafio na relação eficiência versus economia (preço em função da tecnologia disponível). Pelos acordos atuais, os carros deverão atingir um desempenho mínimo de 14,7 quilômetros por litro até 2020, um aumento de cerca de 55% em relação ao patamar atual. Porém, o combustível fóssil é tratado como ultrapassado, tendo prazo de validade por diversos motivos, principalmente o preço do petróleo ter batido nos 100 dólares e pela falta de estabilização econômica no Oriente Médio – onde encontram-se cerca de 65% das reservas. A palavra “verde” não está presente nos automóveis através da cor, mas sim abaixo dos seus capôs pela nomenclatura de combustão por fontes de energia alternativa.
Os combustíveis ganham notoriedade e muitos recursos para serem implementados. Todos em fase de testes são alternativas viáveis para diminuir a poluição atmosférica. O etanol celulose, o etanol de cana-de-açúcar, o etanol de resíduos orgânicos, o hidrogênio, o metanol, o tório, por energia solar e o motor elétrico são esperanças reais presentes nas pesquisas. Com algum receio por parte das montadoras e por visões conservadoras, na qual entendem que podem perder mercado e negócio, as montadoras devem compreender que não ganham dinheiro vendendo gasolina, mas sim vendendo circulação, deslocamento e mobilidade.
As características do automóvel urbano do futuro passarão pelo seu deslocamento através de energia alternativa, pelo seu tamanho – menor que os modelos atuais, serem públicos e de uso coletivo – até locados (carshare) com velocidade reduzida e controlada – muitos sem motorista, com toda a tecnologia disponível em automação como sensores, downloads, câmeras e pouquíssimo ruído.